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· Artigos do Autor: Maria Paula T. Q. Barros Pinto
· Com o Critério: Todas as Palavras
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181. O Político (II) 16-12-2011 22:49:00
Maria Paula T Q Barros Pinto (continuação) E o telefone que nunca mais tocava. Dali não sairia. O Rufino garantiu-lhe que tinham falado no nome dele para um lugar de Secretário de Estado no novo Governo e, se assim não fosse, havia de correr Seca e Meca, mas a coisa não ficava assim. Afinal, desde pequeno que andava na política; fora um dos “jotinhas” mais activos, pau para toda a obra, até escutas fez… Quem diz escutas diz muitas coisas mais: traições, “facadinhas”, conluios, práticas duvidosas. Mas, claro, era em nome do partido, de um interesse supremo, nada para si, tudo pelo partido. O “partido” era uma entidade sem rosto, uma coisa abstracta a que todos obedeciam cegamente, sem questionar valores ou ordens. Habituou-se a obedecer sem mais. Quer dizer… não era bem assim; já tinha percebido que o seu ar de “totó” - como lhe chamavam pelas costas e ele bem sabia – os enganava. Totós eram eles, “Ri melhor quem ri por último!” Quando foram para a Faculdade, sempre se distinguiu como o melhor aluno, mas nunca fez alarde disso....

182. A arriba 25-11-2011 10:19:00
Maria Paula T Q Barros Pinto Desceu a encosta até à praia, o vento norte soprava em rajadas fortes que lhe tiravam o fôlego. A areia entrava-lhe pelos olhos, pelo nariz, pela boca… Que maçada, o vento! Os salpicos das ondas a bater nos rochedos encaracolavam-lhe o cabelo ruivo que, emaranhado, parecia a peruca do palhaço pobre. Dobrada sobre si continuou a caminhar na direção da enseada onde os pescadores guardavam os barcos. Hoje não tinham saído para o mar, entretinham-se a remendar as redes, a secar o peixe, a reparar os apetrechos da pesca; alguns barcos quase feridos de morte. As gaivotas em terra ameaçavam tempestade. Só o seu vulto, curvado, a enfrentar o vento, se distinguia na praia. Mas tinha de ir, não podia adiar mais aquela conversa. Já o devia ter feito há muito. Aurora tinha de esclarecer aquele assunto, deixar andar não era solução e ambas estavam a perder...

183. O político 09-12-2011 15:10:00
Maria Paula T Q Barros Pinto Passou dois dias e duas noites sentado ao lado do telefone. Imóvel, sem comer nem dormir. Que fosse dar uma volta, apanhar ar, levar o cão à rua, dizia a Tévi. Que não, ali era seguro ter rede, noutro lado qualquer podia não ter e perdia-se tudo: sonhos, aspirações, trabalho, estudo, pedidos, influências, novenas, terços, feitiços, promessas, toda uma parafernália de ações que teriam necessariamente de resultar. O que mais lhe custava era não poder passear o cão. Todos os dias ia com o Jaune até ao rio, levava um iogurte e dava-lho à colher. E não era uma colher qualquer, era de prata de lei, fora-lhe oferecida quando se batizou, há precisamente quarenta anos. Uma colherzinha que nunca tinha servido para nada, e de repente, vendo a Tévi a limpar as pratas – o que fazia todos os anos por esta altura -, achou curiosa a pequena colher, isolada, numa caixinha, enfeitada com motivos infantis. A tia, vendo o seu olhar inquisidor, contou-lhe a história da colher: O seu pai era engenheiro eletrotécnico e trabalhava numa companhia que o colocou numa obra perto de ...

184. A Arriba (II) 02-12-2011 15:10:00
Maria Paula T Q Barros Pinto (Continuação do nº anterior) Os minutos escorriam como a chuva pela vidraça. Cada vez estava mais certa de que o projeto a três não era o sonho que poderiam viver: a Aurora, ela e o Jorge. E como explicar-lhe isto? O Jorge, numa atitude muito masculina disse que para ele estava tudo bem, a decisão teria de ser delas. Era de homem, sacudir a água do capote. Afinal o que tinha ele a perder? Ganhava duas mulheres apaixonadas numa idade em que muitos estão sós e esquecidos, se alimentam de fantasias ou frequentam prostitutas. Ele, homem de sorte, tinha duas mulheres lindas, inteligentes, sexy, talentosas, que o queriam. Se elas se “entendiam”? Oh, fenómeno dos deuses, ainda mais lhe espicaçava a libido, era o sonho de qualquer homem. Recordou as impressões de quando chegou a Paris: uma espécie de exílio dourado, nos idos de sessen...

185. O político (II) 23-12-2011 17:29:00
Maria Paula T Q Barros Pinto (continuação) E o telefone que nunca mais tocava. Dali não sairia. O Rufino garantiu-lhe que tinham falado no nome dele para um lugar de Secretário de Estado no novo Governo e, se assim não fosse, havia de correr Seca e Meca, mas a coisa não ficava assim. Afinal, desde pequeno que andava na política; fora um dos “jotinhas” mais activos, pau para toda a obra, até escutas fez. Quem diz escutas diz muitas coisas mais: traições, “facadinhas”, conluios, práticas duvidosas. Mas, claro, era em nome do partido, de um interesse supremo, nada para si, tudo pelo partido. O “partido” era uma entidade sem rosto, uma coisa abstracta a que todos obedeciam cegamente, sem questionar valores ou ordens. Habituou-se a obedecer sem mais. Quer dizer… não era bem assim; já tinha percebido que o seu ar de “totó” - como lhe chamavam pelas costas e ele bem sabia – os enganava. Totós eram eles, “Ri melhor quem ri por último!” Quando foram para a Faculdade, sempre se distinguiu como o melhor aluno, mas nunca fez alarde diss...

186. O pardal e a escritora 06-01-2012 12:22:00
Maria Paula T. Q. Barros Pinto Era uma vez um pardal e uma escritora. O pardal e a escritora não se conheciam. Nem um sabia da existência do outro. Os pardais viviam no Reino dos Pardais e as escritoras viviam no Reino das Escritoras. Porque haviam de se conhecer?! Era inverno e os tempos estavam difíceis para os pardais, havia pouco para comer. Com a falta de ali...

187. “O mais afamado Verde Tinto do mundo é dos Arcos” 09-08-2011 12:29:00
Maria Paula T Q Barros Pinto E se alguém lhe perguntar por um vinho: AFROS, pois claro!É verdade! Chama-se Afros Vinhão, é produzido na Quinta do Casal do Paço, em Padreiro (Salvador), e ...

188. O hotel de charme (III) 14-10-2011 12:35:00
Maria Paula T. Q. Barros Pinto No terceiro dia da estada, mais familiarizado com o hotel de charme, apaziguado pela presença da hóspede, que sempre era uma médica, a ansiedade começou a abandoná-lo e já conseguia enxergar algum conforto: tornou-se mais afoito e vaidoso, deixou de deambular em pijama e saco de remédios na mão, e fez planos.Percebeu que a Senhora ao fim do dia apreciava o ar fresco e sentava-se na piscina com o indispensáv...

189. Carta a um homem que não percebe nada 20-01-2012 12:08:00
Maria Paula T Q Barros Pinto “Porque é que ele acha que sabe tudo?” – pensou a mulher de vestido cinzento, olhar mortiço, corpo magro e braços caídos. Julgar é fácil. E se ele se pusesses no meu lugar, o sabichão?! Se tivesse parido cinco filhos em ca...

Registos 181 a 189 de 559

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